Esta semana o Brasil ficou chocado com as cenas que nos chegaram do Haiti, eu particularmente fiquei mais chocado com as últimas cenas vindas de lá, corpos jogados no meio da rua, coisa que já acontecia antes, mas agora em quantidade muito grande, pessoas saqueando mercados, armazéns, matando mais ainda, certo que não estou lá para sentir exatamente o que eles sentem, suas necessidades. Mas o ser humano em situações precárias volta a ser o bicho que já foi um dia, não pensa nos outros, somente em si próprio.
Para quem já viu o filme, ou leu o livro " Ensaio Sobre a Cegueira", parece que sabe o que está acontecendo lá, é o homem voltando aos primórdios, com seus instintos de sobrevivência mais cruéis podemos dizer assim. É o homem sem os parâmetros de ética, lei, regras, ou melhor, a única lei é a dos mais fortes, e como a instituição de segurança daquele país era formada basicamente pelo exército da ONU, e estes estão envolvidos quase que totalmente no resgaste e na tentativa de reestabelecer os serviços básicos, o poder de polícia deixa de ser exercido, fazendo com que pessoas, gangues aproveitem-se para saquear, roubar, matar...
Em uma hora como essa, onde o que restou do povo deveria se unir, prestar solidariedade ao próximo, o que acontece é isso, bicho brigando por comida, se todos estivessem voltados ao bem geral, seria menos ruim este processo.
Podemos tirar como exemplo, claro que em menor escala, as tragédias como as enchentes no Brasil, aqui na nossa vizinha Itajaí chegou a ter toque de recolher, mas a ordem só foi posta porque ainda existia o estado coisa que não existe lá, já que é um país em guerra. E na parte social, o povo brasileiro se mostrou diferente de muitos, todos ajudavam, colegas meus que moram na cidade, abrigavam quem não tinha mais casa, isso chama-se SOLIDARIEDADE, o que deveria ser regra para qualquer ser humano.
O que falta-nos é isso, talvez seja a chave, a ligação, o algo mais, solidariedade, ajudar ao próximo sem pedir nada em troca, fazer o que a Dona Zilda Arns fez, se tivéssemos mais pessoas como ela no mundo, talvez vivessemos melhor.
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